quarta-feira, 3 de setembro de 2014

É menino ou menina?



Na sala de espera para a consulta de pré-natal, as grávidas normalmente viram alvo de perguntas. Eu até gosto, ajuda a passar o tempo já que consulta com essa médica é sinônimo de tarde inteira de espera. E como minha GO está super-hiper-mega-ultra seletiva em aceitar pacientes de obstetrícia, sou praticamente a única grávida por lá. Ou seja, sou o alvo das perguntas da mulherada. A sabatina dessa vez foi o sexo do bebê. Quando falo que ainda não sei se espero menino ou menina, todo mundo me olha torto. “Como assim não deu pra ver ainda com essa barriga desse tamanho?” Quando digo minha idade gestacional, as fisionomias mudam. Percebo um olhar de compreensão misturado ao espanto de uma barriga de 6 meses em uma grávida de 3 meses. Depois de ouvir (sempre!) se espero gêmeos, logo alguém sugere o exame de sexagem fetal. Acho muito legal a ciência ter avançado ao ponto de nos permitir descobrir o sexo do bebê com quase 100% de certeza, a partir da 8ª semana de gestação. De verdade, acho isso fantástico, ainda mais sendo uma cientista. Mas EU (vejam bem, não estou ditando regra, só estou dizendo o que eu penso) prefiro esperar um pouco, até que se consiga ver no ultrassom o sexo do bebê. Se conseguir com 12 semanas, bem. Se não, tudo bem também. Quando o bebê quiser se mostrar, eu vejo. Enquanto não quiser, eu aguardo. Eu quero saber, mas não precisa pressa. Mas o que me intriga é algumas pessoas não compreenderem isso. Eu entendo quem não consegue controlar a ansiedade e quer saber o sexo do bebê logo que possível. Os motivos são os mais diversos: querer falar logo com o bebê pelo nome, querer comprar logo as roupinhas, saber logo se o bebê é a menina ou o menino que você já sonhava mesmo antes da concepção... Cada um com suas razões. Mas EU não vejo necessidade de saber imediatamente. Prefiro curtir o bebê simplesmente como bebê, curtir o início da gestação, a expectativa de saber quem vai chegar e desvendar o “mistério” quando o bebê achar que chegou a hora de acabar essa brincadeira de esconde-esconde. Acho legal me conectar, por um tempo, com esse amontoadinho de células que se transforma em uma pessoa sem saber se seu DNA carrega cromossomos XX ou XY. Em um mundo onde tudo é tão imediato, onde as coisas acontecem tão depressa, onde a informação viaja numa velocidade assustadora, não vejo problema em se esperar até 12, 13 ou 15 semanas para saber o sexo do meu filho. Ou da minha filha. “Nossa, que estranho, pois eu fiz sexagem fetal assim que me disseram que eu podia”. Não me acho estranha por recusar a sexagem fetal PRA MIM assim como não lhe acho estranha por fazer o exame. Na verdade, eu já sei quem mora aqui. Soube em um sonho, sem precisar de sexagem fetal, sem precisar de US, há bastante tempo atrás. Mas o mundo aí fora vai ter que aguardar um pouquinho ainda porque quero contar o sexo em uma surpresa pra todo mundo ao mesmo tempo :) Nesse mundo tão corrido, um teste de paciência assim até que cai bem. Risos...

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